terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Astronauta: Magnetar, Danilo Beyruth

Ficha Técnica

Gênero: Quadrinhos, Ficção Científica
Ano de lançamento: 2012
Ano desta edição: 2012
Editora: Panini Comics
Páginas: 82
Idioma: Português

Citação: "Se você está decidido a viver só, é assim que vai morrer. Você escolheu deixar tudo para trás, mas não há felicidade na solidão."


Essa graphic novel que dá uma nova roupagem ao astronauta (personagem de Maurício de Souza) é uma grata surpresa. Com um número "1" na capa, ela nos dá uma esperança de que outras seguirão. Esperamos que sim, já que esta releitura perpretada por Danilo Beyruth foi muito bem feita.

Confesso que desconhecia o trabalho do artista, mas algumas recomendações me fizeram querer ler esta história. Disponível em capa dura nas livrarias, e em capa cartonada em algumas bancas de jornal, decidi pela segunda por ser mais barata. E até que foi uma decisão sábia, conforme explicarei em seguida.

Astronauta: Magnetar conta a história de uma missão do astronauta perto de um magnetar, resumidamente um quase-buraco negro, quando sua nave é danificada e ele é obrigado a tentar consertá-la, com parcos recursos. Danilo Beyruth fez uma ótima pesquisa e consegue explicar bem alguns conceitos técnicos para os leigos (eu incluso), e tal pano de fundo só engrandece a obra.



Sua arte também é admirável. É um traço simples sem ser pobre, e traz detalhes suficientes sem poluir demais os painéis. E as cores adicionadas pela Cris Peter complementam magistralmente a arte. Foi realmente agradável acompanhar sua técnica narrativa. Méritos para os painéis onde ele demonstra a rotina do astronauta na nave; foi uma solução inteligente e elegante, sem precisar de quase nenhuma palavra para demonstrar o enfado de uma rotina repetitiva.


Um painel duplo do Astronauta no espaço

Até aí, tudo ótimo, e me arrisco a dizer que Beyruth esteve perto de lançar uma HQ para figurar na lista de melhores do ano, disparado. Mas eu fiquei com uma impressão de que o final é muito abrupto, e que a história tinha mais a oferecer. Só posso especular que: a) Beyruth ficou sem imaginação ou sem saber como acabar a história, resultando naquele final apressado; b) o prazo para entrega era curto, e ele escreveu as últimas páginas às pressas; ou c) ele tinha somente 82 páginas para trabalhar, e isso não era o suficiente para ele contar a história que ele pretendia. Acredito que, com mais 20 páginas, ou mesmo com mais uma edição de 82 páginas, Beyruth poderia ter produzido algo grandioso. E é por isso que não fiquei chateado de ter comprado a versão em capa cartonada. Do contrário, fosse a história extendida e complementada, acho que a versão capa dura seria algo essencial.

No final, ele conseguiu produzir uma HQ legal, transformar o Astronauta num personagem adulto e complexo, e quem sabe abrir um nicho nas histórias dos personagens de Maurício de Souza que poderá render bons frutos num futuro próximo. Aguardo por mais coisas de Beyruth, e pelas próximas Graphic MSP.

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